FOTOGRAFIA E ASSESSORIA DE IMPRENSA

Repórter fotográfico e eventos em geral



51 999554424



E-mail: rafaelocabeleira@hotmail.com

Twitter: www.twitter.com/rafaelcabeleira

Facebook: www.facebook.com/home.php?#!/profile.php?id=665318732

Instagram: @cabeleirarafael


quarta-feira, 30 de abril de 2014

A Nova Geração de Porto Alegre


                                                 Foto e texto: Rafael Cabeleira

Os jovens porto-alegrenses sempre marcaram presença nos diversos momentos culturais e políticos de nossa sociedade. Tudo bem que não podemos generalizar e colocar todos no mesmo saco, porém um grupo sempre quis estar em evidência através do passar dos tempos. Isso acontece em qualquer sociedade politizada, embora muitos deles confundam o real sentido de ser parte de um momento e contexto político-social.

No final dos anos 60 e na década de 70, presenciamos os chamados rebeldes, caminhando com suas bolsas atravessadas no peito, com cabelos ao vento cultuando a cultura “podicrê”. Já nos anos 80, o Brasil anunciava o fim da era ditadura militar, explodindo as mais variadas manifestações de estilos na capital gaúcha. A Avenida Osvaldo Aranha, no bairro Bom Fim, acolhia todas as estirpes. Ao passear, o morador da capital percebia punks, darks, metaleiros, skinheads, além dos hippies e outros estilos que apontavam uma nova era democrática com a abertura política. No domingo, todo mundo se encontrava no Luar Luar e Escaler. O Luar ficava na Osvaldo esquina com a Rua José Bonifácio. Ali o pessoal apenas se reunia para tomar aquela gelada. Já no Escaler, que ficava atrás do Luar, praticamente dentro da Redenção, onde hoje existe um parque de diversões infantil, foi o palco de muitos shows gratuitos em um espaço chamado fumódromo.   

O tempo passou e os estilos praticamente sumiram. A modernidade fez o novo jovem parecer mais normal. Começamos a perceber mais adeptos identificados com seguimentos, como skatistas, surfistas, roqueiros, todos muito parecidos em essência e com menos rebeldia. Talvez, o mais distintos dos anos 90, foram os “grunges”, que cultuavam o rock vindo de Seattle, nos estados Unidos da América.

Como diz o próprio ditado, o mundo dá voltas ou anda em círculos. Com o novo século, o preconceito diminuiu e o jovem buscou novas aparências e estilos inovadores. Ele precisava se destacar. Neste momento surgiu o estilo emo, autodenominado emotivo. Com um visual e cabelos bem diferentes dos até então usados, os emos foram um elo para o surgimento da Nova Geração, que está aí no momento e se intitula livre para o amor, onde todos se relacionam com todos, sem distinção de sexo, cor ou raça.

Sem preconceito e nenhum pudor, esta geração além de ter seus conceitos, envolve-se em movimentos sociais. Luta pelos direitos do povo, mesmo que muitas vezes nem saiba se está de acordo com sua classe e condição social. Essa nova geração tem ponto de encontro marcado. Os jovens se encontram todas as noites de terça-feira, ao lado da histórica Ponte de Pedra, entre a Borges de Medeiros e a perimetral. O encontro de terça teve início ainda na escadaria da Duque de Caxias, no Viaduto Otávio Rocha. Ali, durante anos, ficava o bar e restaurante Tutti Giorni.

No começo era um encontro de cartunistas, publicitários e jornalistas, depois de ciclistas. Com a mudança do bar justamente para frente do lago da Ponte de Pedra, o movimento eclodiu. Ali, não existe preconceito. Jovens de todas as classes, porém mais despojados, juntam-se para beber, curtir, jogar conversa fora, dançar, tocar instrumentos ao ar livre, sem que haja censura. Muitos aproveitam a noite para comercializar comidas, artesanatos e até mesmo bebidas. Afinal, Porto Alegre sempre teve e terá sua essência, suas diferenças e suas características e o jovem sempre fará parte deste todo.